quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Por do Sol


Dei-me conta quando estava no fim. Sinto falta dos finais de tarde com chimarrão na varanda de casa. A tranquilidade do campo apenas interrompida pelos pernilongos. A noite quando chega não nos oferece medo. Talvez trazia-nos mais segurança. O ar refrescava, as cigarras e bezouros entoavam suas canções. A melodia nos segurava mais tempo no frescor da noite. Não só o ar ficava mais leve, mas a nossa alma descarrega seu peso e nosso corpo parece pairar no ar. O orvalho vai se formando na grama e nas flores. Isso renova, refresca, nos provoca ânimo e força. Nos convida a admirar as estrelas, o luar, os vaga-lumes iluminando com suas faíscas o anoitecer. Cada qual com sua parte, com seu brilho. Aos poucos vamos sendo convidados para nos recolher. Sentar-se ao redor da mesa, partilhar o pão, o bolo, o café, a schmier, a geléia. Vai-se percebendo Deus nas mãos calejadas, nos braços cansados, na beleza do olhar acolhedor. Pouco importa o luxo. A glória está no encostar a cabeça no travesseiro e tranquilamente fechar os olhos para uma noite tranquila. Pela janela não só o ar fresco passava, mas também os sonhos dos pequenos filhos e dos grandes pais misturava-se com o orvalho na grama e nas árvores. O lindo amanhecer confirmava que anjos estavam entoando o canto dos pássaros e os querubins ajudavam no esparramar das nuvens para o sol brilhar novamente!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Abafado!

Não é sobre o clima..depois de tanto frio que fez este inverno, um pouco de calor, suor, cansaço por causa do calor são bem vindos pra acordar que moramos em um país de quatro estações! Embora elas se confundam de vez em quando! O abafamento é dos sonhos...sim...sinto meus sonhos sufocados, abafados.. ameaçados pela simples ignorância de quem não se permite alçar voos..de quem não se permite voar e conhecer novos horizontes, respirar novos ares. As pessoas nascem, crescem, são educadas, ouvem, e continuam nessa perspectiva de vida. Não se libertam daquilo que inibe o crescimento. Não se permitem abraçar e declarar os preconceitos vencidos. Querem viver encostados nas futilidades, naquilo que pouco crescimento traz para o ser humano. Os desejos são adiados, perfumes são insossos. Às vezes necessito aumentar minha voz, falar sobre minhas dores e tratar dos meus amores! Construir os caminhos com as pedras que me jogam e mostrar que transformações são necessárias e capazes de melhorar a vida de qualquer ser humano!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


os dias passam rápidos e o que gostaria de fazer está longe de meus braços. Meu contentamento é limitado ao tempo que fico recordando dos bons momentos com meus amigos e familiares, planejando meu futuro incerto e cultivando minhas plantas! Minhas pequenas flores que aos poucos despertam sua beleza e exalam seu perfume. As poucas alegrias que tenho ao entardecer e recordar que num lugar muito simples e acolhedor o perfume ainda é mais intenso, as cores são mais diversas, os tons mais mesclados! Ah querida primavera! Que bom que tu chegou! Me alegro por te contemplar no frescor das manhãs, no perfume das orquídeas, no colorido dos hibiscos, na diversidade dos cantos dos pássaros e na infinitude de flores que brotam em lugares mais diversos e enfeitam, dão uma pintura nova, vestem uma roupa colorida, encantam com a sensualidade, suavidade! Ah primavera! Que bom que tu chegou! Que bom tu aos poucos vem me trazendo mais gosto pela vida, me traz mais perfume, mais beleza, sabes o quanto gosto e prefiro tê-la por perto! Não fujas! Se partir, leve-me junto para onde possa desfrutar de bons momentos, de bons perfumes, de boas cores, de bons amores!!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

...


...não encontrei título quando comecei a escrever. Talve seja o excesso de palavras que de alguma forma me trancam de escrever algo. Qual o motivo? Putz..se eu tivesse a resposta, talvez nem estaria me preocupando tanto. Poderia me sentar em um bar, beber uma cerveja e curtir a noite. Não sou contra quem curte. Gosto de balada, caminhada, música, bar..essas coisas...mas me faltam companhias descoladas, pensamentos leves, pessoas despreocupadas, livres de preconceitos e terrores. E essas é tão difícil d eencontrar. Ouço ruídos, gritos, palavrões, horrores. Não vejo afeto, carinho, abraço, amor, sentimento gostoso, ternura. Falam de ética e transparência! Há falsidade, desconforto, incapacidade de se apaixonar. E isso chamo de frieza! Peço que Deus me dê sabedoria para amar cada vez mais Cristo. Assim me enamoro pela graça, pelo amor, me torno forte, cada vez mais pequeno. Gostaria de simplicidade, amor, transparência, um abraço e alguém que eu pudesse amar ou me amar! Um conforto!!!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

um abraço


Durante vários dias, sinto a necessidade de um abraço bem forte e especial! Algo que me fortaleça e leve embora a angústia e falta de sentido nas coisas que faço em muitas vezes. Ou leve a falta de sentido que colocam naquilo que faço e sinto! Por muitas vezes colocam isso na minha ação e pensamento! E eu me deixo levar. Gostaria de sentar ao lado de alguém e ser abraçado por alguém forte, carinhoso, sincero! Um abraço que me levasse pra beira do mar e fizesse sentir a brisa da manhã e o frescor do sol nascendo! Ainda não conheço a praia, apenas sinto aquilo que imagino e me contam. Da sensação maravilhosa que é conhecer o mar e ser abraçado ao mesmo tempo, ou pelo menos ter a mão de alguém pra segurar. Não deixar que as ondas me levem, mas carreguem pro fundo do mar o medo, a insegurança, a angústia e me deixe com os pés leves, o coração sereno e as mãos suaves. Que me deixe assim pra que eu possa andar mais tranquilo e suave por entre os campos e praias, preces e louvores, amores e amizades! Um abraço que eu possa levar pra sempre, que me deixe tranquilo, me faça repousar em seus braços e eternamente desejar não acordar desse sonho e desse abraço!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

mudanças são necessárias?


Sempre pensei que havia feito a escolha e por isso não haveria razões para mudar. Bem entendo que os estudos feitos, são capazes de mudar as escolhas. Fazem a gente pensar e refletir, produzir conhecimento, progredir como ser humano. Embora nem todos que studam, leem, conhecem, façam isso. Temo pelos meus sonhos. Alguns parecem que vão sair de minhas mãos. A angústia teima em me atormentar nas noites em que tento descansar. Necessito de um colo, de um abraço forte, de proteção. Tenho cansado desses discursos por libertação que cada vez mais aprisionam e alienam as pessoas. Não se enxerga o outro, apenas aquele que quer o mesmo que eu desejo. Não se preocupa com o coração do ser humano, com aquilo que o motiva a ser homem, fraterno, cristão, buscar a serenidade e santidade. São reconhecidos os estudos e avanços, mas nada vale as reflexões sobre a Palavra de Deus se disso nada se aplica na vida do dia-a-dia.Portanto, não valem suas críticas, são vazias, sem sei lá. Ainda não entendi por que me prendo a essas ideias. Aos poucos vou percebendo que necessito de uma casa na praia, no campo, em qualquer lugar em que eu possa viver simplesmente, mas no conforto dos braços de alguém! Por onde começar as mudanças agora?

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Vocação!


Não é nenhuma pretensão em convencer ninguém a ser padre ou religiosa. Gostaria apenas de pensar e escrever sobre o chamado de cada um e a forma que respondemos. Não é assunto chato. É gostoso de se viver quando se quer responder a um chamado que parte de nosso coração. Quando a vida é vista e iluminada pelo amor de Deus, torna-se mais prazerosa, instigante e desafiadora. Não faço opção por coisas mornas. Gosto de decisões e opiniões claras, pessoas que enfrentam desafios e perseveram diante das dificuldades que atormentam nosso caminho. Perseverar, por mais difícil que pareça, nos torna fortes e resistentes. O que aprendemos, levamos para a vida toda e dificilmente perdemos ou mudamos de opinião. Gosto de humildade e simplicidade. Gosto de quem reconhece as suas capacidades e também seus erros, de quem olha para o outro com o desejo de aprender e somar com o outro. Gosto e me inspiro em pessoas que batalham por seus sonhos e suas esperanças. Não esmorrecem por causa do frio, nem temem a chuva. Mas enxergam no rigor do inverno a beleza da primavera e na força da chuva, o calor e a intensidade do sol. Gosto de pessoas poéticas e inspiradoras. De apaixonadas e amantes, vibrantes, desejosas de viver intensamente o chamado que sentem sussurar nos seus ouvidos pelo suave vento de sua caminhada! Viva sua vocação, seu chamado, seu amor!

Inspiração!


Os dias passaram regados de muita chuva, um pouco de calor e alguns tímidos raios de sol. O encontro com a terra, um tanto adormecida por causa do frio, fez recarregar algumas energias perdidas com desgastes tão fúteis e desnecessários. Talvez tenham servido para algo, me puseram junto à terra que me gerou. Ao longo dos dias o silêncio que habita o campo, foi a música mais tocada nos meus ouvidos. Nada de eletrônicos, nada de concretos. Apenas a inspiração vinda de qualquer situação. Um pássaro cantando na janela do quarto, uma fonte de água, qualquer pessegueiro florindo e colorindo os galhos nus. As plantas despidas de suas folhas, agora servem de novos berçários. Galhos podados, separados e levados a serem uma nova planta. As pessoas, simples, sem luxos e ambições, tornam as noites e os domingos recheados de alegrias e risadas. São momentos que não passam em branco. Simplicidade que nos enche de orgulho, que nos deixa sem saber o que falar e fazer. Simplicidade que inspirar e dá coragem para um novo começo!
Bem vindo, segundo semestre!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

É algo que encanta!


É como que perfume novo todo dia! O brilho que se vê nos olhos, o encanto no sorriso, a alegria em se sentir valorizado! Encanta, magia, perfuma, faz transcender. Algo que não tem como explicar...as expressões parecem ser poucas pra mostrar o que se sente. O olhar carinhoso, acolhedor, misericordioso faz a gente pensar no que somos nesse mundo! Cada palavra dirigida, cada preocupação com o ser humano nos desafia a mudar nossa atitude mais comum, nosso defeito que pensamos ser o correto. É um jeito desconcertante de se chegar em nós. Chega calmo, com pouca propaganda, sem alardes. Vai tomando conta de nosso coração. Nos ensina a enxergar com outros olhos a realidade que nos cerca. Tomamos coragem, acolhemos, ouvimos, abraçamos sem medo, sem insegurança. Buscamos transmitir para quem nos encontra o que há de especial em seu coração. Dar valor ao que nos move, ao que nos dá cheiro e nos coloca cor! É algo tão íntimo e particular que dificilmente enxergamos, mas que sempre está presente em nosso coração e em nossa vida! Obrigado Senhor pela tua presença em minha vida!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Que caminhos seguir???


Eu ainda não sei se isso é comum aos mortais ou apenas eu que fico nesse cruel dilema de diariamente ter que escolher um caminho a seguir. Acho tão nobre os que com serenidade, simplicidade, encaram suas dificuldades, suas dúvidas, seus problemas. Sempre sonho com o momento em que em nossas famílias não teremos divergências, em que nossas vidas não serão vigiadas e nossa ação e pensamento sempre serão pelo bem maior das pessoas que convivem conosco. Tem horas em que tudo parece ser relativo. Nada importa. Tudo está liberado, o respeito e o bom senso foram como água por debaixo da ponte. Tenho medo disso tudo. O sentimento não é respeitado, o prazer e a curtição do momento são mais importantes. A feridad feita demora pra cicatrizar. A esperança que antes existia agora deixou de ser. Não resta confiança, não resta partilha. Importa somar mais na lista de quem já passou por mim, importa somar quem me dá prazer, importa quem cai na minha lábia e não sente amor, não sente paixão, saudade, sentimento.
Talvez pareça antiquado, de outro mundo, atrasado, careta, sei lá. Eu guardo coisas que aprendi com meus pais e levo isso pra sempre, para que não me torne vazio, sem confiança, sem referenciais. Eu fico sem o que pensar diante disso! Gostaria de ver mais prazer em melhorar a vida de todos, em tornar aquilo que fazemos parte em um lugar melhor de se viver e não apenas criticar o que ainda não se tem capacidade de fazer. É lamentável ter que ver isso em quem a gente um dia confiou segredos e esperou ser o exemplo a ser seguido! Hoje os olhos são outros. A confiança está em algo maior e rogo todos os dias pra que isso não se perca. Pra que meus sonhos não caiam no ralo e se vão pelo esgoto. Que minhas luzes não se apaguem e eu não perca o gosto por aquilo que me cativa e motiva a ser cada vez mais um ser humano perto de Deus.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Trigais...


A poesia que a terra me inspira é impossível de expressar em sua magnitude. Ao longo das estações cada dia surge um novo auge poético. O verão e sua vitalidade, a primavera e suas cores, o outono e suas folhas. O inverno e seus trigais dourados, os campos verdes de cachos carregados de grãos. Toda uma celebração em torno daquele brilho encantador que o verde traz. O plantio, o cuidado, o cultivo. O desabrochar das sementes, tornando-se raiz, tornando-se caule, folha, cacho, fruto que alimenta tantas mesas. O frio severo inspira medo, causa constrangimento. O calor da poesia da planta faz inchar os grãos que abundantemente desbravam o frio. Torna-se cacho robusto, motivo de brilho no olhar, de dança sinuosa nos campos dourados agora. A alegria de uma colheita, de um celeiro recheado, de colher a palha para confeccionar um chapéu, um cesto pra colocar o pão. A semente antes lançada agora enche os celeiros e traz a certeza de farinha nova, de um pão fresco. A mão calejada, carinhosamente amassa o pão. Com delicadeza acende o fogo no forno de barro. A mão calejada cuida com zelo para que o pão asse no ponto. Com muito jeito retira pão da forma preta, coloca na mesa ainda quente. A manteiga e o melado se derretem na massa quente. O café fumega no bule. Perfuma a cozinha. A poesia paira no ar e o amor circula pelos suspiros de um casal apaixonado! Pai e Mãe!

Brecha no tempo


Mais do que claro é o saudosismo em minhas palavras. Embora tenha pouco ou nenhum valor para alguns, é neste curto espaço que escrevo estas longas palavras de sentido e significado que encontro consolo para a saudade que sinto e incomoda meu coração. Cada recordação neste tempo tem cheiro de bergamota. O tão esperado sol é combinação perfeita para comer um punhado de bergamota. Colher do pé, aventurar-se nos galhos compridos e flexíveis. Perfumar as mãos com aquele cheiro tão gostoso e que faz recordar todas as tardes frias, recheadas de brincadeiras. Cada recordação explode feito pipoca em sábado de tarde, de garoa fina lá fora e chimarrão quente dentro de casa ao redor do fogão à lenha. Cada recordação me aquece feito o calor do fogão à lenha. Daquele gosto de mexer na brasa, ouvir a chaleira reclamar seu claro, sentir a cozinha esquentar aos poucos, a casa se alegrando com as bolachas saindo do forno, do bolo sendo batido pra mais tarde a gente comer. De gente falando, de gente brincando, de gente cantando, de gente sendo feliz. Cada recordação tem o gosto da caipira do domingo, do churrasco, do doce da bolacha, do perfume do café, do som dos animais, da música dos pardais, da oração das vovós, da dança dos nossos pais, da alegria de nosso coração em viver e proteger todo esse tempo!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

o que faz embalar....

Aquela tarde poderia ser comum, como qualquer outra. Sem nenhuma emoção, sem nenhuma novidade. Assim foram tantas tardes, mas tantas vezes foram assim por não enxergar as novidades, as emoções que fazem acontecer. Um simples passeio faz floresceros embalos e compassos de criança.. Uma senhora de idade avançada, mas de jovialidade forte e marcante em sua voz. A sua frente a máquina de costura, algumas partes amarelas, outras sem cor. Ao seu redor, panos, retalhos, linhas, tesouras, bordados. Uma janela pra clarea seu trabalho, as flores de seu jardim, as frutas de seu pomar, as suas plantações. O céu azul de manchas brancas. O compasso da costura era orquestrado pelo seu assovio. E a sua canção me faz repousar nos braços tranquilos de Deus. Uma tarde simples, cheia de poesia, costuras, canções, balas e emoção. As tardes mais encantadoras ao lado de minha avó!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

mudar o mundo....

é algo desafiador querer mudar o mundo...eu vinha tentando fazer isso todos os dias...e eu estava me tornando cada vez mais fraco, sem companheiros, sem apoiadores, sem alicerces...parece muito estranho isso, mas é verdade..eu não estava mais encontrando forças, estava pensando em desistir, pensando em abrir mão dos meus sonhos e projetos, deixar que as traças comessem todos os meus registros e minhas roupas fossem tomadas pelo mofo e mau cheiro..
Me recolhi na intimidade, me despi das vestes que pareciam ser luxuosas, voltei ao útero que me gerou, partilhei minhas dores, meus amores, colhi minhas flores, plantei minhas sementes, cultivei meus sonhos, renovei minha cor e meu perfume!
Entendi que mudar o mundo é impossível, talvez seja incapaz de fazer isso! O possível de ser feito é que eu mude, valorize mais os meus sonhos e amores, dores e devaneios, viver mais pensando no que eu posso conquistar e ajudar a conquistar...as flores, estrelas, pedras, folhas, caminhos e tantos outros são admiráveis..o ser humano tbm...o amor ainda mais!
Talvez não seja muito bom querer mudar o mundo...talvez seja melhor mudar a si mesmo...tornar-se cada vez mais humano!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desabafar...

Aproxima-se um tempo em que memórias vêm à tona! Chocolates, ovos, cordeiros, círios, igreja, celebrações...celebrar! Voltar os olhos para um tempo que todo o despojamento é despojado e nos revestimos de um novo ser. Talvez minha catequese fora equivocada em me ensinar valores ou meus pais erraram em me educarem do jeito que sou! Aos poucos tudo se torna relativo. Tudo perde o sentido, tudo perdeu o valor. Meu medo é ter medo de amar. Ter medo de respirar ar puro e duvidar da fé do meu povo, não ter onde me firmar. Tenho medo de não poder dar valor ao que é necessário e achgar que tudo é mercadoria! Não poder sonhar, nem acreditar que o céu é azul e as estrelas me inspiram poesia! A poesia. Me encanta, me emana, me incentiva...me fazem acreditar que os sonhos podem estar longes, mas não são impossíveis de alcançar.
Tenho medo de não poder celebrar, não poder amar, não poder festejar cada conquista e cada traço de experiência. Desejo nesta Páscoa, mesmo longe de quem gostaria que estivesse perto, celebrar a vida nova! Celebrar os sonhos, os risos, as lágrimas, as derrotas, celebrar o mistério de quem ama e de quem sonha! Obrigado por fazer parte do meu sonho de vida!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Colheita!

A memória da infância não me escapou ao retornar para minha casa. Ao ver os campos, agora brancos de palha, recordaram o tempo e as tardes empoeiradas da colheita. Da colheita daquilo que nos ia dar sustento ao longo do ano, junto com tantas outras coisas. Da colheita dos sonhos entardecidos, ao pôr do sol romântico, avermelhado e encantador. Daquele brilho no espelho de água formado no açude. Da colheita das recordações de uma terra que antes não parecia produzir nenhum fruto. E esta terra produziu homens de fibra, mulheres de garra e jovens de coração. As crianças eternizadas em cada um, está nas bergamotas que pedem pra serem colhidas ao final da tarde. Ahh...a minha infância. A aurora dos meus tempos de gosto pelo sereno da manhã, pelo sol escaldante da tarde, do frescor da noite. As estrelas que brilhavam no céu naquelas noites escuras, eram como brinquedos, jogados ao alto, como sonhos soprados ao vento para serem levados à humanidade. Sonhos e brinquedos embalavam nossas tardes na sombra do canflor...a terra escurecia nossos pés e nossas mãos...a imaginação corria solta. Carros, caminhões, tratores, casas, escolas..tudo isso debaixo de nossas árvores e dentro de nosso coração. A colheita de todos os anos engordava nossa páscoa. O coelho viria mais gordo de sonhos e esperanças...celebrar a Ressureição de Jesus era celebrar a vida de família, o bolo da mãe, os chocolates das vovós, o churrasco do pai, a cerveja do tio, as brincadeiras de primos! Minha infância, curta e intensa, breve e marcante. Um sonho plantado, colhido com o soprar do vento e o sereno da madrugada!

terça-feira, 29 de março de 2011

embora....

Até poderia ir, embora não fosse o medo da represália, da cobrança e de tudo o mais que poderia me sobrepor. Poderia abrir mão do sonho de viver uma vida, para viver a carga de outra, embora isso possa parecer mais cômodo. Não é necessário enfrentar a opinião dos outros, acaba fazendo tudo o que os outros imaginam que você goste, menos aquilo que você deseja. Para alguns é melhor...embora eu não deseje! Gostaria de ver mais brilho nos olhos, embora sejamos ofuscados muitas vezes. Minha vontade é de sentar na beira do mar, sentir a brisa das ondas, ver o pôr do sol, embora isso não seja possível todos os dias e eu ainda não conheço o mar. Seria muito bom se chimarrão, café e vinho fossem saboreados, com conversas ao pé da lareira, ao redor da mesa da cozinha, na sombra da pitangueira, na varanda de casa, embora isso muitas vezes seja substituído por bebidas sem sabor, conversas sem teor. Embora eu tente aguentar, não suporto. Corpo se torna objeto de uso, inteligência se classifica as pessoas, coração serve apenas pra bombear sangue..embora goste de ouvir o que ele tem a falar, o que ele sente, o que ele deseja. Embora tenha que ser intelectual, estudar, ser rápido no raciocínio, objetivo na escrita e blábláblá, gostaria de ouvir a poesia de Mário Quintana, o pensamento de Drummond e a bossa de Holanda. Não é filosofia, mas faz pensar sobre a vida. Faz pensar sobre a liberdade, o amor, a expressão, o valor. Embora muitos não queiram isso, fogem disso, tem medo de enfrentar isso, não querem isso. Preferem padecer nas suas convicções frias e sem calor, sem nexo nem sexo, sem tesão, nem prazer. Embora tudo isso, eu gosto de sentir a brisa do orvalho, o perfume do jardim, o canto dos pássaros e não abro mão de embora tudo isso parecer fútil, acreditar na vida e em um mundo mais livre!

domingo, 13 de março de 2011


Despertar!
Um poema apaixonado ou apaixonante?
Ao desembarcar, não pude desviar o olhar de tal cena... Algo encantador estava encostado à mesa. Uma cerveja e um copo clamando para tocar aqueles lábios de cor tão intensa e brilho tão encantador. A pele clara dava a sensação de que seria como tocar o mais fino algodão. Não havia maneira de desviar a atenção...nada era mais atrativo que tal ser humano, digno de atenção e carinhos...os desejos mais insanos botavam à flor da pele...sentia-se a leveza de suas mãos, o calor de sua boca, a doçura de seu beijo, a força de suas pernas, a contração de seu abdômen..ahh!! como gostaria de desfrutar daquele corpo...com todo respeito e maestria digno de ser provado... o brilho de seu olhar tornava ainda mais atraente tal ser humano. Notava-se nitidamente a intensidade de seu desejo, de sua ânsia em desfrutar tal prazer.. o que clamava humanamente, o que despertava celestemente, o que tornava divinamente impossível resistir tais desejos e anseios..
O despertar foi interrompido pelo vento insinuante..frio e cortante...levou o que mais admirava para longe...tornou cada vez mais impossível de alcançar...mas jamais deixou de despertar os mais insanos desejos da carne, do corpo, da alma, do espírito...

Passa tempo

Os dias caminham vagarosamente. O calor se torna inquietante e incomoda o conforto que existe na sombra de casa. Não há o que fazer pra se sentir bem. Mas a casa aberta, a flor na mesa da cozinha e o bule de café fazem com que todo o calor e toda a angústia desapareçam. Só de pensar que existem naquelas latas em cima do armário, várias bolachas de nata, manteiga, milho, mel. Ahh!! Quanta coisa gostosa. O aconchego da família, o riso aberto, a conversa fiada, o salame, queijo, café, pão, bolo....e de que jeito manter a forma assim...com tanta coisa pra se provar...tanto amor, tanto carinho, tanta ternura, tanta alegria, tanta coisa boa e saborosa!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Férias!

Os dias parecem passar devagar! Ou rápidos demais que a gente sequer percebe que passam..as tardes são quentes, mas o frescor das árvores abafa o calor que teima em nos deixar inquietos. Bom é contar com cachos de uva frescos, tirados do pé e saboreados na sombra. Ter um rio perto de casa pra se refrescar ou pelo menos molhar os pés num final de tarde super quente. As lembranças batem à porta seguidamente. A saudade teima em ser presente todo momento, mas o que compensa são as alegrias de ficar em casa. Cuca no forno de barro, grostolli, café de bules, pão sovado, chimarrão na frente de casa, o serviço de todo dia, as coisas simples e banais, mas elementos que me fizeram ser assim e chegar aonde estamos. E certamente me motivam a seguir em frente, na busca pelos meus sonhos e objetivos! Sinto falta dos que alegraram meus dias, mas me alegro com os que chegam todos os dias e aos poucos vamos construindo novos elos de amizade e convivência. Pode ser que nem tudo aconteça da forma que planejamos, mas o importante que aquilo que acontece deve ser entendido como o conveniente para o momento!
Assim aos poucos vamos nos fazendo seres humanos e sempre podendo contar com Deus, amigos e a vida! Bem vindo 2011!