quinta-feira, 28 de abril de 2011

mudar o mundo....

é algo desafiador querer mudar o mundo...eu vinha tentando fazer isso todos os dias...e eu estava me tornando cada vez mais fraco, sem companheiros, sem apoiadores, sem alicerces...parece muito estranho isso, mas é verdade..eu não estava mais encontrando forças, estava pensando em desistir, pensando em abrir mão dos meus sonhos e projetos, deixar que as traças comessem todos os meus registros e minhas roupas fossem tomadas pelo mofo e mau cheiro..
Me recolhi na intimidade, me despi das vestes que pareciam ser luxuosas, voltei ao útero que me gerou, partilhei minhas dores, meus amores, colhi minhas flores, plantei minhas sementes, cultivei meus sonhos, renovei minha cor e meu perfume!
Entendi que mudar o mundo é impossível, talvez seja incapaz de fazer isso! O possível de ser feito é que eu mude, valorize mais os meus sonhos e amores, dores e devaneios, viver mais pensando no que eu posso conquistar e ajudar a conquistar...as flores, estrelas, pedras, folhas, caminhos e tantos outros são admiráveis..o ser humano tbm...o amor ainda mais!
Talvez não seja muito bom querer mudar o mundo...talvez seja melhor mudar a si mesmo...tornar-se cada vez mais humano!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desabafar...

Aproxima-se um tempo em que memórias vêm à tona! Chocolates, ovos, cordeiros, círios, igreja, celebrações...celebrar! Voltar os olhos para um tempo que todo o despojamento é despojado e nos revestimos de um novo ser. Talvez minha catequese fora equivocada em me ensinar valores ou meus pais erraram em me educarem do jeito que sou! Aos poucos tudo se torna relativo. Tudo perde o sentido, tudo perdeu o valor. Meu medo é ter medo de amar. Ter medo de respirar ar puro e duvidar da fé do meu povo, não ter onde me firmar. Tenho medo de não poder dar valor ao que é necessário e achgar que tudo é mercadoria! Não poder sonhar, nem acreditar que o céu é azul e as estrelas me inspiram poesia! A poesia. Me encanta, me emana, me incentiva...me fazem acreditar que os sonhos podem estar longes, mas não são impossíveis de alcançar.
Tenho medo de não poder celebrar, não poder amar, não poder festejar cada conquista e cada traço de experiência. Desejo nesta Páscoa, mesmo longe de quem gostaria que estivesse perto, celebrar a vida nova! Celebrar os sonhos, os risos, as lágrimas, as derrotas, celebrar o mistério de quem ama e de quem sonha! Obrigado por fazer parte do meu sonho de vida!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Colheita!

A memória da infância não me escapou ao retornar para minha casa. Ao ver os campos, agora brancos de palha, recordaram o tempo e as tardes empoeiradas da colheita. Da colheita daquilo que nos ia dar sustento ao longo do ano, junto com tantas outras coisas. Da colheita dos sonhos entardecidos, ao pôr do sol romântico, avermelhado e encantador. Daquele brilho no espelho de água formado no açude. Da colheita das recordações de uma terra que antes não parecia produzir nenhum fruto. E esta terra produziu homens de fibra, mulheres de garra e jovens de coração. As crianças eternizadas em cada um, está nas bergamotas que pedem pra serem colhidas ao final da tarde. Ahh...a minha infância. A aurora dos meus tempos de gosto pelo sereno da manhã, pelo sol escaldante da tarde, do frescor da noite. As estrelas que brilhavam no céu naquelas noites escuras, eram como brinquedos, jogados ao alto, como sonhos soprados ao vento para serem levados à humanidade. Sonhos e brinquedos embalavam nossas tardes na sombra do canflor...a terra escurecia nossos pés e nossas mãos...a imaginação corria solta. Carros, caminhões, tratores, casas, escolas..tudo isso debaixo de nossas árvores e dentro de nosso coração. A colheita de todos os anos engordava nossa páscoa. O coelho viria mais gordo de sonhos e esperanças...celebrar a Ressureição de Jesus era celebrar a vida de família, o bolo da mãe, os chocolates das vovós, o churrasco do pai, a cerveja do tio, as brincadeiras de primos! Minha infância, curta e intensa, breve e marcante. Um sonho plantado, colhido com o soprar do vento e o sereno da madrugada!