quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Por do Sol


Dei-me conta quando estava no fim. Sinto falta dos finais de tarde com chimarrão na varanda de casa. A tranquilidade do campo apenas interrompida pelos pernilongos. A noite quando chega não nos oferece medo. Talvez trazia-nos mais segurança. O ar refrescava, as cigarras e bezouros entoavam suas canções. A melodia nos segurava mais tempo no frescor da noite. Não só o ar ficava mais leve, mas a nossa alma descarrega seu peso e nosso corpo parece pairar no ar. O orvalho vai se formando na grama e nas flores. Isso renova, refresca, nos provoca ânimo e força. Nos convida a admirar as estrelas, o luar, os vaga-lumes iluminando com suas faíscas o anoitecer. Cada qual com sua parte, com seu brilho. Aos poucos vamos sendo convidados para nos recolher. Sentar-se ao redor da mesa, partilhar o pão, o bolo, o café, a schmier, a geléia. Vai-se percebendo Deus nas mãos calejadas, nos braços cansados, na beleza do olhar acolhedor. Pouco importa o luxo. A glória está no encostar a cabeça no travesseiro e tranquilamente fechar os olhos para uma noite tranquila. Pela janela não só o ar fresco passava, mas também os sonhos dos pequenos filhos e dos grandes pais misturava-se com o orvalho na grama e nas árvores. O lindo amanhecer confirmava que anjos estavam entoando o canto dos pássaros e os querubins ajudavam no esparramar das nuvens para o sol brilhar novamente!