quarta-feira, 6 de abril de 2011

Colheita!

A memória da infância não me escapou ao retornar para minha casa. Ao ver os campos, agora brancos de palha, recordaram o tempo e as tardes empoeiradas da colheita. Da colheita daquilo que nos ia dar sustento ao longo do ano, junto com tantas outras coisas. Da colheita dos sonhos entardecidos, ao pôr do sol romântico, avermelhado e encantador. Daquele brilho no espelho de água formado no açude. Da colheita das recordações de uma terra que antes não parecia produzir nenhum fruto. E esta terra produziu homens de fibra, mulheres de garra e jovens de coração. As crianças eternizadas em cada um, está nas bergamotas que pedem pra serem colhidas ao final da tarde. Ahh...a minha infância. A aurora dos meus tempos de gosto pelo sereno da manhã, pelo sol escaldante da tarde, do frescor da noite. As estrelas que brilhavam no céu naquelas noites escuras, eram como brinquedos, jogados ao alto, como sonhos soprados ao vento para serem levados à humanidade. Sonhos e brinquedos embalavam nossas tardes na sombra do canflor...a terra escurecia nossos pés e nossas mãos...a imaginação corria solta. Carros, caminhões, tratores, casas, escolas..tudo isso debaixo de nossas árvores e dentro de nosso coração. A colheita de todos os anos engordava nossa páscoa. O coelho viria mais gordo de sonhos e esperanças...celebrar a Ressureição de Jesus era celebrar a vida de família, o bolo da mãe, os chocolates das vovós, o churrasco do pai, a cerveja do tio, as brincadeiras de primos! Minha infância, curta e intensa, breve e marcante. Um sonho plantado, colhido com o soprar do vento e o sereno da madrugada!

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