segunda-feira, 20 de junho de 2011

Brecha no tempo


Mais do que claro é o saudosismo em minhas palavras. Embora tenha pouco ou nenhum valor para alguns, é neste curto espaço que escrevo estas longas palavras de sentido e significado que encontro consolo para a saudade que sinto e incomoda meu coração. Cada recordação neste tempo tem cheiro de bergamota. O tão esperado sol é combinação perfeita para comer um punhado de bergamota. Colher do pé, aventurar-se nos galhos compridos e flexíveis. Perfumar as mãos com aquele cheiro tão gostoso e que faz recordar todas as tardes frias, recheadas de brincadeiras. Cada recordação explode feito pipoca em sábado de tarde, de garoa fina lá fora e chimarrão quente dentro de casa ao redor do fogão à lenha. Cada recordação me aquece feito o calor do fogão à lenha. Daquele gosto de mexer na brasa, ouvir a chaleira reclamar seu claro, sentir a cozinha esquentar aos poucos, a casa se alegrando com as bolachas saindo do forno, do bolo sendo batido pra mais tarde a gente comer. De gente falando, de gente brincando, de gente cantando, de gente sendo feliz. Cada recordação tem o gosto da caipira do domingo, do churrasco, do doce da bolacha, do perfume do café, do som dos animais, da música dos pardais, da oração das vovós, da dança dos nossos pais, da alegria de nosso coração em viver e proteger todo esse tempo!

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