segunda-feira, 20 de junho de 2011

Trigais...


A poesia que a terra me inspira é impossível de expressar em sua magnitude. Ao longo das estações cada dia surge um novo auge poético. O verão e sua vitalidade, a primavera e suas cores, o outono e suas folhas. O inverno e seus trigais dourados, os campos verdes de cachos carregados de grãos. Toda uma celebração em torno daquele brilho encantador que o verde traz. O plantio, o cuidado, o cultivo. O desabrochar das sementes, tornando-se raiz, tornando-se caule, folha, cacho, fruto que alimenta tantas mesas. O frio severo inspira medo, causa constrangimento. O calor da poesia da planta faz inchar os grãos que abundantemente desbravam o frio. Torna-se cacho robusto, motivo de brilho no olhar, de dança sinuosa nos campos dourados agora. A alegria de uma colheita, de um celeiro recheado, de colher a palha para confeccionar um chapéu, um cesto pra colocar o pão. A semente antes lançada agora enche os celeiros e traz a certeza de farinha nova, de um pão fresco. A mão calejada, carinhosamente amassa o pão. Com delicadeza acende o fogo no forno de barro. A mão calejada cuida com zelo para que o pão asse no ponto. Com muito jeito retira pão da forma preta, coloca na mesa ainda quente. A manteiga e o melado se derretem na massa quente. O café fumega no bule. Perfuma a cozinha. A poesia paira no ar e o amor circula pelos suspiros de um casal apaixonado! Pai e Mãe!

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